DANCINHA UNDERGROUND

DANCINHA UNDERGROUND

Por Ricardo Gonçalves,

Uma febre da Internet chegou à mineração. Em 2012, o artista sul-coreano Psy explodiu com a música “Gangnam Style” e as coreografias em cavalos imaginários. Neste ano, porém, a sensação é a música “Harlem Shake”, do DJ norte-americano Baauer. No mundo inteiro, pessoas filmam suas danças por cerca de 30 segundos, num ritmo frenético e totalmente descompassado, com fantasias e acessórios extravagantes. Transformou-se na nova moda do Youtube.

Vídeos foram gravados em escritórios, aviões, quadras de futebol e campos militares. Na Austrália, um grupo de 15 mineiros, entrou na onda e resolveu fazer a dança na mina de ouro Agnew, pertencente à mineradora sul-africana Gold Fields. Não havia máquinas trabalhando, a “performance” durou o tempo previsto e parecia ser final de turno. No entanto, alguns funcionários estavam sem camisa, brincando com ferramentas e se jogando no chão e, claro, tudo foi postado. Daí, a Barminco, empresa que presta serviços de mineração, resolveu tomar uma atitude e os mineiros literalmente dançaram: foram demitidos e banidos “pela vida inteira”. Desde então, a dancinha underground virou assunto nas redes sociais, com prós e contras.

No LinkedIn, por exemplo, Glen Shaw, gerente de processo da Tanzanite One Mining, subsidiária da Richland Resources que opera na Tanzânia, acredita que uma advertência aos funcionários seria mais que o suficiente. Indo além, Amy Duncan, gerente de marketing da Dos Santos International, que presta serviços para a mineração, afirma que empregados infelizes representam riscos ainda maiores na mineração. De outro lado, Wayne Gibbens, da Base Titanium, que atua no Quênia, crê que os mineiros deveriam saber melhor suas obrigações e restrições, não podendo desrespeitar a segurança e concordando com a demissão dos 15.

(Fevereiro/março 2013)

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