TRABALHADORES DA SAMA ENTRAM EM LICENÇA NÃO REMUNERADA

TRABALHADORES DA SAMA ENTRAM EM LICENÇA NÃO REMUNERADA

A mineradora Sama, do Grupo Eternit, detentora da única mina de amianto crisotila do Brasil, em Goiás, informa que, a partir de segunda-feira (11/03), seus funcionários entram em licença não remunerada pelo período de 15 dias. A decisão foi aprovada por maioria em assembleia geral convocada pelo sindicato dos trabalhadores de Minaçu-GO, na sexta-feira. As atividades de produção e exportação da mina de amianto crisotila de Cana Brava estão paralisadas desde o último dia 11 de fevereiro, por determinação judicial.

A empresa continua aguardando manifestação do Supremo Tribunal Federal quanto ao efeito suspensivo do recurso interposto e prazo para modulação, a partir de uma análise justa e responsável dos argumentos contidos nos embargos de declaração apresentados pelas entidades representativas do setor. A Sama aguarda autorização para explorar a mina. Caso não seja concedida, pede no mínimo 10 anos para o correto fechamento da mina e busca de alternativa economicamente viável para a cidade, que hoje tem forte dependência da mineração.

“A indefinição sobre o futuro da mina preocupa toda a população de Minaçu, que depende economicamente dessa atividade. Os funcionários da mina ficaram 15 dias em férias coletivas, até o dia 6, e agora teve que ser tomada essa nova decisão pela suspensão dos contratos de trabalho por mais 15 dias. Foi a melhor forma que encontramos com a empresa para evitar o pior”, diz Adelman Araújo Filho, presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Minaçu. Ele explica que toda a comunidade está na expectativa para que o Tribunal se manifeste rapidamente. “Havendo uma liminar favorável do STF durante o período de licença, os trabalhadores já estão avisados que serão convocados para retomar as atividades, o que seria o melhor cenário”.

Segundo o presidente do Grupo Eternit, Luís Augusto Barbosa, caso a indefinição perdure nos próximos dias, existe um grande risco de descontinuidade das operações da mina de forma irreversível, pelo descumprimento dos contratos firmados com os clientes do mercado internacional. “Assim como a empresa, os trabalhadores e a população, os clientes também estão em compasso de espera. Não podemos manter essa situação de paralisação por muito mais tempo, é inviável financeira e comercialmente. Já não estamos cumprindo contratos assinados”, afirma Barbosa.

Desde o início deste ano, toda a produção da mina – de 120 mil toneladas anuais de amianto crisotila – foi direcionada à exportação e atende clientes em dezenas de países, tais como Estados Unidos, Alemanha, Índia, Indonésia, Malásia, onde o produto é permitido para construção civil e aplicações industriais

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