EFICIÊNCIA E ECONOMICIDADE

EFICIÊNCIA E ECONOMICIDADE

Por: Wagner Barbosa, Diretor de BioFlorestas e Mineração da ArcelorMittal Brasil

Ao se aproximar o encerramento do exercício de 2023, já é possível avaliar seguramente que o ano foi bastante positivo para a mineração de ferro no Brasil e para as duas operações mantidas pela ArcelorMittal no país: as minas do Andrade, em Bela Vista de Minas, e de Serra Azul, em Itatiaiuçu, ambas em Minas Gerais. Mesmo que a atividade da siderurgia brasileira, nossa cliente primária e preferencial, tenha sido impactada pelo ambiente internacional adverso e pela pressão dos importados de aço a preços aviltados e anticoncorrenciais, a mineração experimentou, ao longo do ano, uma dinâmica de razoável equilíbrio de demanda e preços em bons patamares, em grande parte explicada pela recuperação da demanda chinesa por minério, fruto do retorno da infraestrutura e da construção civil ao centro da estratégia de incremento econômico daquele país.

Os preços de referência do minério posto na China mantiveram-se acima dos US$ 100 ao longo de todo o ano, batendo os US$ 130 no teto, corroborando a estabilidade em bom nível. O faturamento do setor mineral no Brasil, de acordo com dados do IBRAM (Instituto Brasileiro de Mineração), apesar da volatilidade própria do nosso segmento, seguiu em linha com o esperado, em R$ 58 bilhões na média dos três primeiros trimestres do ano. A evolução das cotações no último trimestre aponta até para a melhora do resultado médio no acumulado do ano.

No entanto, para as operações de minério da ArcelorMittal Brasil, as volatilidades de demanda e preços são menos importantes do que para as empresas que têm a extração e a venda do ferro como atividade fim. As nossas minas estão voltadas ao atendimento prioritário das nossas próprias plantas siderúrgicas, o que, se por um lado nos afasta da lógica do mercado de commodities, nos exige ainda mais eficiência e economicidade para justificar nossa estratégia de verticalização da produção de aço até o minério.

Acreditamos que estamos sendo bem-sucedidos e que em 2023 reafirmamos a importância estratégica das nossas operações. Prova disso é que a direção mundial do Grupo ArcelorMittal aprovou o importante projeto que elevará nossa produção em significativas 4,9 milhões de toneladas/ano, considerando os acréscimos de 2,9 milhões de toneladas de Serra Azul e de 2 milhões de toneladas da Mina do Andrade. Essa ampliação representa mais do que as capacidades atuais das duas unidades, de 3,1 milhões de toneladas/ano.

Em Andrade, a estrutura de beneficiamento já possui capacidade instalada para responder ao aumento de produção projetado, correspondente ao que será exigido pela ampliação da Usina de Monlevade, da qual é fornecedora cativa. Já na Mina Serra Azul, uma nova planta de beneficiamento está sendo construída do zero, no chamado Projeto Itabirito Compacto, que será capaz de tratar e concentrar um minério mais resistente do que o atual itabirito friável. O produto final será um pellet feed altamente concentrado, que alimentará as plantas do grupo no México, numa operação integrada e sinérgica.

Como bem sabem os engenheiros de minas, as particularidades apresentadas por cada grande projeto exigem esforço de inovação e adequação tecnológica, e é isso que estamos fazendo, com uma equipe dedicada e projetos sofisticados e responsivos aos desafios que encontramos. Estamos aplicando as melhores e mais adequadas tecnologias à nossa meta de ampliação da produção de minério no Brasil. E abrangendo, sobretudo, os cuidados com o ambiente, a mitigação de impactos socioambientais, a sustentabilidade dos projetos em todas as dimensões, o compromisso e respeito com as comunidades, a geração de empregos de qualidade e o desenvolvimento local.

Nossa expectativa para 2024 e mais além é bastante otimista, apesar dos percalços previstos, principalmente aqueles enfrentados pela indústria siderúrgica e que se refletem na cadeia até o minério. No mundo, a China sinaliza que o mercado de minério de ferro deverá se manter demandante. Internamente, há muitas oportunidades no Brasil com a perspectiva de retomada dos investimentos em infraestrutura e na construção civil e aprovação das reformas, o que nos faz acreditar que nossos esforços não serão em vão.

Foto: ArcelorMittal/Divulgação

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