CAMINHOS PARA MANTER A LICENÇA SOCIAL

CAMINHOS PARA MANTER A LICENÇA SOCIAL

O objetivo de firmar um compromisso contínuo com a transparência na demonstração das práticas de gestão, políticas e indicadores ambientais, sociais e econômicos foi crucial para construir a boa relação e diálogo que a Serra Verde Pesquisa e Mineração (SVPM) tem hoje com a comunidade de Minaçu (GO) e seus stakeholders. A afirmação é de Ricardo Grossi, presidente da SPVM e COO do Grupo Serra Verde, que acrescenta: “Uma Licença Social de Operação (LSO) exige transparência e integridade da mineradora”.

Ricardo Grossi
Ricardo Grossi, presidente da SPVM e COO do Grupo Serra Verde

Com uma carreira de mais de 20 anos na mineração, o executivo foi gerente geral da Anglo American, atuou por 16 anos na Vale e foi o diretor de Operações da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). “Nessas posições exerci ativamente e aprendi muito sobre diálogo com as comunidades para a manutenção da LSO, um reconhecimento de que a empresa está operando de forma responsável, buscando a sustentabilidade de seu negócio e considerando e mitigando o impacto social, ambiental e econômico de suas atividades.  Agora, na Serra Verde, compartilho esse aprendizado com todas as equipes”, afirma Grossi.

Segundo ele, a empresa está comprometida em continuar construindo relacionamentos fortes, em promover a qualificação e o emprego da mão de obra local e em contribuir para a geração de oportunidades de compras e investimentos na região. Anualmente, é realizada uma pesquisa de percepções sociais e feita a atualização do Programa de Monitoramento de Indicadores Socioeconômicos (PMISE) do município de Minaçu. Vários outros programas têm sido mantidos ou desenvolvidos para garantir que a entrega de um impacto econômico positivo às comunidades e as capacidades técnicas são continuamente aprimoradas, com base em padrões internacionais e referências de boas práticas em responsabilidade social no âmbito nacional.

Dados e ações

O processo de identificação dos stakeholders locais é feito através da coleta de dados para a realização do diagnóstico institucional a cada três anos. Já para o desenvolvimento do PMISE foram realizados dois levantamentos: um primário, com enfoque qualiquantitativo, e um secundário, que compila de forma mais abrangente informações atualizadas e referenciadas sobre cada tema.

A pesquisa primária qualitativa baseia-se em entrevistas com as lideranças, formais e/ou informais, dotadas de alguma condição diferenciada, para discorrer sobre temas locais. Na de cunho mais geral e quantitativo são identificados e entrevistados os moradores do distrito-sede de Minaçu, do distrito de Santo Antônio da Canabrava (Filó) e do povoado de Patrimônio São Vicente, além dos superficiários afetados pela operação. Os dados obtidos são analisados para consolidar o conhecimento da empresa sobre as principais questões que envolvem essas localidades, em especial aquelas com maior potencial de sensibilidade ao empreendimento, cada uma de forma específica.

Já o levantamento de dados secundários utiliza informações fornecidas por instituições públicas e privadas, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), o Departamento de Informação e Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), do Ministério da Saúde, e o Serviço Nacional de Informações sobre Saneamento (SNI), do Ministério das Cidades, entre outros.

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Reunião técnica atualiza avanços do então projeto Serra Verde

O PMISE é realizado desde 2020 para mensurar o grau de interferência positiva ou negativa do empreendimento em Minaçu e seu entorno. O programa tem ainda a função adicional, por meio de metodologias participativas e colaborativas, de possibilitar a criação e ampliação de políticas públicas importantes para o cotidiano da população. Em sua edição mais recente, a taxa de aprovação da SVPM foi praticamente unâmime, com 99% dos entrevistados apontando resultados favoráveis da operação. Nas localidades de Patrimônio São Vicente, Filó e distrito sede de Minaçu, a aprovação foi de 100%, segundo Grossi.

Também são promovidas várias ações e análises para a identificação e aproximação dos stakeholders. Há reuniões técnicas regulares com as comunidades locais, onde são divulgadas informações atualizadas sobre o empreendimento, além da manutenção de canais de comunicação oficiais e para recebimento de manifestações, solicitações e reclamações, com resposta em no máximo cinco dias contados de sua formulação. Em 2024, foram iniciados os encontros Café ComPartilha, que trata dos processos de doações e patrocínios da empresa, além do programa FalAção, iniciativa que busca fortalecer a comunicação com os moradores do entorno da mina.

Maior transparência

A última audiência pública da SVPM foi realizada por ocasião de seu licenciamento, em 2017. Na época, lembra Grossi, todas as lideranças políticas e sociais da região, além de um público de mais de 5 mil pessoas, mostraram maciço apoio ao projeto mineral. No final do evento, a comunidade fez questionamentos e tirou dúvidas com os gestores sobre vários temas, como a implantação de projetos ambientais, o processo de contratação de funcionários e o pagamento de indenizações aos proprietários rurais.

De lá para cá, muitas mudanças ocorreram na relação empresa-comunidades, a maior delas, acredita Grossi, é a exigência de maior transparência das mineradoras, em especial no que se refere ao andamento dos projetos, benefícios e riscos. Na SVPM, essa demanda foi verificada nos canais oficiais de comunicação, encontros e atendimento disponibilizado no Centro de Relações Comunitárias de Minaçu.

Ao par do rompimento de barragens ocorrido em anos recentes no Brasil, um dos cuidados adotados pela mineradora é assegurar à comunidade o baixo impacto ambiental de sua operação, se comparada a outras de terras raras. “Demonstramos que operamos por meio de empilhamento a seco ou de rejeitos filtrados, que substitui os métodos convencionais de deposição de rejeitos úmidos em barragens. Também não empregamos desmonte por explosivos ou produtos químicos tóxicos”, explica Grossi.

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Foto 3: Projeto Comunidade em Movimento, de cuidados com a saúde

No campo de ações ambientais, sociais ou assistenciais, a interação junto à comunidade foi iniciada em 2021, ainda na fase de implantação do projeto, com a inauguração do Centro de Relações Comunitárias, localizado no centro de Minaçu e administrado por uma equipe especializada em comunicação e gestão de impactos sociais. Na medida em que a companhia foi crescendo, foram constituídas novas parcerias técnicas com instituições de referência, para apoiar a diversificação da economia local e fornecer treinamento para trabalhadores, além de criados programas para combater a violência doméstica e o abuso infantil. Outro foco foi fortalecer as práticas de educação ambiental locais, com a capacitação de professores e alunos e o estímulo e reforço a práticas pedagógicas municipais.

Imagem em destaque: Audiência pública em 2017 reuniu cerca de 5 mil participantes.  Fotos: SVPM/Divulgação

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