A POLUIÇÃO DOS RIOS BRASILEIROS

A POLUIÇÃO DOS RIOS BRASILEIROS

*Por Mauro Banderali

A poluição dos rios paulistas afeta o meio ambiente e a sociedade há décadas. Rios que cortam as grandes cidades são as principais vítimas da poluição proveniente de residências e indústrias, verdadeiros depósitos de esgoto e de lixo. Ao invés de contribuírem com a qualidade de vida da população.

rios poluídosPesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) divulgaram, em 2012, um estudo com dados sobre as características das águas dos dois grandes rios que cortam a capital paulista, Tietê e Pinheiros, ambos extremamente poluídos. A pesquisa identificou 134 elementos químicos diferentes presentes nos trechos urbanos dos rios.

Danos irreparáveis às águas em todo o território

A região Sudeste do Brasil possui a maior porcentagem de municípios com rede de esgoto, com 95,1%. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São Paulo é o único estado quase totalmente contemplado pelo serviço, com 99,8% de redes de esgoto.

Apesar disso, a situação dos rios paulistas reflete claramente uma falta de prioridade em relação à qualidade dos rios que cortam o estado. Infelizmente, o esgoto está presente não só nos rios paulistas, mas em todo o Brasil. Despejado durante décadas sem tratamento, o esgoto causou danos irreparáveis às águas de todo território nacional.

Para se ter uma ideia, de todo o volume de esgoto gerado no país, somente 38% passam por algum tipo de tratamento. Segundo dados do Instituto Trata Brasil, divulgados em outubro de 2013. As 100 maiores cidades do país lançam quase oito bilhões de litros de esgoto todos os dias nas águas brasileiras, sem nenhum tratamento. Mais do que isso: mais da metade da população brasileira não possui acesso ao tratamento de esgoto.

É preciso tratar o esgoto, antes de lançá-lo às águas

É absurdo pensar que todo esse esgoto está sendo despejado em nossos rios e aquíferos. Para que, posteriormente, façamos o tratamento dessa água novamente, a um custo incontavelmente maior. Para que os rios e os cursos d’água tenham qualidade, é preciso coletar e tratar os esgotos antes de lançá-los nas águas.

Políticas públicas, fiscalização, prevenção e a conscientização da população podem impedir que rios brasileiros continuem sofrendo com a contaminação. O que comprometerá a qualidade da água para o abastecimento em um futuro próximo. A prevenção e o monitoramento das contaminações dos recursos hídricos são responsabilidade da iniciativa privada e do poder público. Podendo ser feitas com a aplicação de tecnologias voltadas para o monitoramento dos contaminantes e para a limpeza da água.

Mas falta ainda conhecimento e divulgação sobre as dezenas de possibilidades de prevenção e monitoramento para as águas superficiais e subterrâneas. É necessário que se invista em tecnologi. De modo que as gerações futuras possam desfrutar a imensa quantidade de água disponível no território brasileiro, com qualidade.

*Mauro Banderali é especialista em instrumentação hidrometeorológica da Ag Solve

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