Por Camilo Farace (*)
Os anos de 2020 e 2021 foram de muitos desafios para todos. A pandemia nos trouxe grandes desafios, mas também, por consequência, muitos aprendizados. Para a AngloGold Ashanti, indústria mais longeva do Brasil, com 187 anos, a resiliência, mais uma vez, foi imprescindível. Uma marca registrada nessa trajetória que vem desde o século XIX até os dias de hoje, rumo à Mineração 4.0. Já em fevereiro de 2020, criamos um comitê de crise do Covid-19, o que acreditamos ter nos possibilitado largar na frente nos protocolos e ações frente à pandemia.
A AngloGold Ashanti está presente em oito países com dez operações, e ações negociadas nas Bolsas de Valores de Joanesburgo (África do Sul), Gana, Nova Iorque (Estados Unidos) e Austrália. Em Minas Gerais, a companhia tem duas operações: Unidade Cuiabá/Lamego, em Sabará, com a Planta Metalúrgica em Nova Lima; e Unidade Córrego do Sítio, em Santa Bárbara. Já em Goiás, contamos com a Operação Serra Grande, em Crixás.
No ano de 2020, produzimos 476 mil onças de ouro (aproximadamente 14 toneladas), o que equivale a cerca de 15% da produção global do grupo, resultado que esperamos manter neste ano de 2021. Nas nossas minas e plantas metalúrgicas e de beneficiamento, não poupamos esforços para buscar as mais modernas tecnologias com foco em segurança e na prática de uma mineração responsável, atuando, também, nos segmentos de energia, ácido sulfúrico e gestão imobiliária.
Neste ano, particularmente, nossa maior conquista foi manter a sustentabilidade dos negócios e os mais de 7 mil empregos diretos e indiretos gerados no país. Com alguns ajustes, conseguimos manter os fluxos de produção e investimentos. O foco foi, portanto, preservar as operações, com segurança para os empregados, familiares e as comunidades que nos hospedam, assim como os compromissos com nossos acionistas.
Em termos operacionais e de gestão, aceleramos – ainda mais – a busca e implementação de novas tecnologias para otimizar os trabalhos à distância, para as funções que assim permitem. Para isso, contamos com uma robusta rede de acesso remoto, garantindo a produtividade e o conforto dos empregados. No segundo ano de pandemia, demos sequência à nossa bem-sucedida política de controle do Covid-19, mantendo ativo o multidisciplinar Comitê de Combate ao Covid.
Neste novo contexto mundial, apesar das adversidades, conseguimos evoluir de forma plena em nosso maior investimento atual. Trata-se da migração da disposição de rejeitos tradicional, úmida, para deposição de rejeito seco. Já praticamos essa metodologia no Brasil, com mais de 50% dos rejeitos da empresa empilhados dessa forma. A nossa operação em Goiás, Serra Grande, já opera com 100% dos rejeitos sendo depositados a seco, um método que proporciona benefícios ambientais e de segurança.
Dessa forma, temos os trabalhos em pleno andamento e, ainda no primeiro trimestre de 2022, estaremos com todas as nossas deposições exclusivamente a seco em nossas operações no Brasil. Também iniciamos os trabalhos de descaracterização de barragens, que temos como meta concluir em 2026.
Esse é um passo importante da implantação da nossa agenda ESG, que contempla a adoção das melhores práticas sociais, ambientais e de governança. Em 2021, investimos mais de R$ 20 milhões em ações de desenvolvimento social e, exclusivamente durante a pandemia, alocamos cerca de R$ 2,2 milhões para o combate ao Covid-19 nas comunidades em que atuamos.
Por fim, acreditamos que “o novo normal” já se desenha na companhia e muitas das mudanças que fizemos neste último ano vão perdurar por aqui. Ficam, para nós, boas lições de que somos ainda mais fortes unidos: internamente uns com os outros, com as comunidades que nos recebem e os demais stakeholders que apoiam nossa perenidade.
(*) Camilo Farace, vice-presidente da AngloGold Ashanti Brasil
Foto: Ronaldo Guimarães
