O DÓLMEN DA MENGA

O DÓLMEN DA MENGA

Também conhecida como Cova da Menga, a tumba localizada em Antequera, região da Andaluzia, no sul da Espanha, é considerada a maior obra de engenharia conhecida da Idade da Pedra e teve sua construção estimada há cerca de 5.800 anos. Reconhecida como um dos melhores exemplares do megalitismo europeu (edificações que utilizam grandes blocos de pedras), o monumento tem sua entrada constituída por um enorme trilithon – duas lajes verticais e uma de cobertura (Foto 1 acima). Segue-se uma galeria contendo um átrio, um corredor e uma grande câmara funerária que, juntos, possuem extensão de 27,5 m.

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Foto 2

O corredor é composto por duas paredes laterais erguidas com o uso de dez enormes ortóstatos (lajes verticais), cinco de cada lado (Foto 2). Essa antecâmara desemboca na câmara sepulcral, também contendo duas paredes com sete ortóstatos cada (imagem abaixo).

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O conjunto é coberto por cinco lajes sustentadas sobre três pilares de base quadrada. A quinta laje pesa mais de 180 t (Foto 3).

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Foto 3

Em 2005, durante obras de conservação, foi descoberto um poço estreito, com profundidade de 19,5 m (Foto 4), ainda sem data estimada de sua construção, que deve ser posterior à do Dólmen.

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Foto 4

Os monólitos que formam as paredes do Dólmen de Menga foram alinhados dentro de uma vala escavada no solo e levantados por um sistema de alavancas e cordas, movimentados por centenas de homens. O interior da galeria foi preenchido com terra, retirada quando finalizada a construção.

Pesquisadores concluíram que as pedras do monumento são principalmente calcarenitas, rocha sedimentar detrital mal cimentada, comparável às conhecidas ‘pedras moles’ na engenharia civil moderna. Essas pedras são particularmente difíceis de transportar sem que sejam danificadas no trajeto, o que significa que a obra teve um planejamento meticuloso.

O monumento também teve sua localização definida por um critério logístico, ficando pouco abaixo da pedreira que fornecia os monólitos para sua construção. O transporte das rochas gigantes seguia, assim, uma trajetória descendente, facilitando seu deslocamento. Além disso, a superfície do topo da colina de formação rochosa era muito mais estável que os solos argilosos circundantes, proporcionando uma base mais firme e segura para a edificação. Para diminuir os danos causados pela água da chuva nas pedras, os megálitos foram isolados por grandes montes feitos de camadas alternadas de arenitos planos interligados e de solo prensado.

O Dólmen de Menga está voltado para o norte do nascer do sol do solstício de verão, de frente para outro patrimônio natural da região, a Peña de Los Enamorados, formação rochosa cujo perfil lembra o rosto de uma mulher adormecida olhando para o céu (Foto 5). Segundo a lenda local, um casal de namorados, ele cristão e ela moura, perseguido pelos familiares da moça, chegaram ao alto do penhasco e de lá se jogaram abraçados.

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Foto 5
Foto 1: Blog Almas Viajantes
Foto 2: Site Museos de Andalucia
Imagem 1: Site Por Soleá
Foto 3: Museo Arqueológico Nacional de España
Foto 4: Universidade de Sevilha
Foto 5: C Mora Molina

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