O CONCEITO DE EFETIVIDADE NA MINERAÇÃO

O CONCEITO DE EFETIVIDADE NA MINERAÇÃO

Uma solução que entrega o máximo de valor para o cliente em relação ao capital por ele empregado em sua execução. Essa é a definição do conceito Cost Effective Design que a Ausenco, empresa global de consultoria, engenharia, implementação de projetos e operação de ativos tem empregado no atendimento às demandas de um dos segmentos onde atua – o de mineração.

“É um conceito baseado em arranjos enxutos que consideram, por exemplo, a mensuração da quantidade realmente necessária de concreto, estruturas metálicas, cabos e tubos que serão empregados na construção das instalações e priorizam a definição de equipamentos adequados à produção esperada, sem sobras de capacidades que nunca serão utilizadas. São plantas dimensionadas para dar o maior retorno possível ao investimento do cliente”. (Everson Tedardi, vice-presidente de Operações da Ausenco no Brasil)

O Cost Effective Design aplica-se às diferentes fases de um novo projeto – nas iniciais, de concepção e definição, e nas posteriores, de geração de desenhos executivos e na de implementação, ainda que com uma margem menor de interferência. Com base em determinadas premissas, serve também à melhoria de plantas já existentes. Em ambos os casos, com ganhos de CAPEX, com as otimizações propostas, e de OPEX, com o consumo menor de insumos, redução dos custos de mão de obra operacional e de manutenção e aumento da recuperação de minérios, entre outros.

Everton Tedardi
Everson Tedardi, vice presidente de Operações da Ausenco Brasil

Aplicações

Segundo Tedardi, as fases iniciais, de concepção e definição do projeto, representam a melhor oportunidade de aplicação do Cost Effective Design já que nelas são estudadas as melhores rotas de processo, a capacidade ideal de produção, os equipamentos mais adequados e arranjos que propiciem a operação mais confiável e eficiente dentro de um menor investimento. Também na etapa posterior, de geração de desenhos executivos, é possível realizar melhorias localizadas, ainda que os rumos do projeto já estejam definidos.

Para reduzir o volume de estruturas metálicas, por exemplo, a Ausenco busca projetar edificações de alturas menores, instalando os equipamentos de processo ao nível do solo. Consideram-se também arranjos nos quais a proximidade das instalações diminui ou elimina pipe racks, assim como reduzir a distância entre as salas elétricas e os equipamentos, o que permite a utilização de uma menor quantidade de cabos. Os moinhos, em geral os equipamentos mais caros de uma planta de processamento de minérios, são especificados em conformidade com a capacidade de produção.

Qualidade de produto e eficiência energética

Um exemplo de aplicação do conceito, lembra Tedardi, é o Projeto Serrote, da Mineração Vale Verde (MVV), pertencente ao grupo Appian Capital, recém inaugurado na cidade de Craíbas, em Alagoas. (Foto no destaque) “Nesse projeto, contamos com a participação ativa da equipe de Mecânica do escritório da Ausenco na Austrália, que compartilhou conosco sua experiência de outros projetos. Soluções inovadoras de processo, ainda recentes no Brasil, foram aplicadas em Serrote, como novas tecnologias de flotação e moagem fina, que possibilitaram ganhos na qualidade produto e em eficiência energética”, explica o executivo.

Traduzindo em números, o programa de testes metalúrgicos na planta de beneficiamento da mineradora aumentou de 25% para 45% a qualidade do concentrado de cobre produzido. Outros dados comprovam o valor agregado aos projetos a partir das soluções propostas pela Ausenco como a redução de 20% da quantidade de concreto e de 40% das estruturas metálicas, além de 30% dos custos do plano diretor de mineração.

Na fase de implantação, especialmente na engenharia de detalhamento, há menos oportunidades de introduzir otimizações, uma vez que as escolhas mais impactantes já foram feitas nas fases iniciais de elaboração do projeto. Ainda assim, assegura Tedardi, é possível buscar formas construtivas mais simples e eficientes e, eventualmente, a escolha de equipamentos menores ou de tubulações de menor diâmetro, normalmente não considerados nas fases iniciais, podem ser avaliados e, sendo o caso, especificados para a maior efetividade possível da planta.

Em situações específicas, o Cost Effective Design também pode ser aplicado na otimização de operações existentes. São exemplos a eliminação de gargalos no processo visando o aumento da produção ou uma reconfiguração da planta para responder ao incremento de reservas minerais.

Tecnologias

Tedardi considera que, em razão das determinantes de sustentabilidade, os novos projetos de engenharia mineral estão incorporando cada vez mais tecnologias voltadas ao tratamento de rejeitos, ao processamento “inteligente” de minérios ou a sua recuperação e reciclagem, além da automação de sistemas e processos.

Em relação aos rejeitos, a Ausenco tem oferecido a alguns clientes a tecnologia “Ore Sorting”, que direciona a lavra para o corpo de minério, diminuindo a retirada e o processamento desnecessário do estéril. Outras inovações são o processamento a seco de alguns tipos de minérios, a filtração de rejeitos e, no caso de barragens, o reprocessamento dos rejeitos para a recuperação do minério neles contido a um custo efetivo.

Em automação de plantas, o destaque são sistemas inteligentes de controle, que “aprendem” com a repetição de atos humanos. Um exemplo é a intervenção do operador para aumentar a velocidade da bomba toda vez que o nível de polpa de minério aumenta, para agilizar a sucção dessa polpa. Uma vez que o sistema de automação absorva essa atividade, ele passa a realizá-la automaticamente, sem que o operador precise intervir.

Foto no destaque: Conceito Cost Effective Design foi aplicado no Projeto Serrote (MVV/Divulgação)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.