A Kinross se prepara para iniciar o plano de automação da frota de perfuratrizes Pit Viper 271, fabricadas pela Epiroc, que operam na mina Morro do Ouro, em Paracatu (MG). A incorporação da tecnologia foi incluída no planejamento estratégico da mineradora, elaborado em 2020, e visa atender à programação da quantidade de minério e estéril a serem desmontados.
Ao todo serão automatizados seis equipamentos, diz Leonardo Affonso, engenheiro sênior de Melhoria Contínua e Inovação da Kinross. Numa primeira etapa estarão três modelos, dois adquiridos em 2021 e um em 2022. Para 2023, está planejada a automação de outras três perfuratrizes – duas adquiridas em 2018 e uma em 2020 -, que demandam maior investimento para sua atualização.
Segundo Lucas Steffen, chefe de Controle Operacional da mina, as perfuratrizes são aplicadas na execução dos furos onde são colocados explosivos para o desmonte de rocha. “Os parâmetros da perfuração e desmonte são definidos de acordo com a dureza da rocha, destinação do material e controle de vibração, dentre outros aspectos”, explica Steffen.
A automação das máquinas, se comparada à operação tripulada, deve possibilitar uma otimização considerável do tempo dispendido nas atividades de perfuração, em razão da supressão de intervalos funcionais como o de deslocamento do operador até a máquina, seu revezamento para refeição e as trocas de turno, entre outros. “Dessa forma, com o mesmo número de equipamentos será possível perfurar uma maior quantidade de furos e aumentar nossa a produtividade”, avalia Affonso.
O aumento da produtividade também será possível porque um mesmo empregado realizará a operação e supervisão de mais de um equipamento simultaneamente. “Outro aspecto importante da automação é a preservação da integridade física do empregado, além do desenvolvimento de novas habilidades e competências profissionais dos operadores”, acredita Steffen. Segundo ele, estudos realizados em 2020 estimaram benefícios de produtividade e eficiência operacional, que serão validados e acompanhados no decorrer do projeto.
Recursos
Para efetivar a automação das perfuratrizes, a Kinross está investindo na expansão da rede wi-fi da mina, na instalação de uma sala de controle, na montagem de servidores e em recursos adicionais que serão embarcados nos equipamentos. Implementada essa infraestrutura, o comando remoto será realizado a uma distância de 1 a 5 km, dependendo do local onde será executado o desmonte de rocha. A gestão da operação será inicialmente realizada por um técnico de campo, responsável por garantir a segurança e o padrão das praças de perfuração autônoma, e pelo operador da sala de controle, que responde pela operação e supervisão das atividades.
Nas perfuratrizes serão instalados novos sensores, itens de segurança e câmeras para monitoramento da operação. Nos modelos adquiridos antes de 2021 será necessário substituir também os sistemas de controle. Com esses recursos será possível monitorar os dados de produção (metros perfurados e tempos de ciclo) e de eficiência (utilização, disponibilidade e tipos de atrasos). Alarmes de falhas e dados de tendência, como erros e desvios da operação, serão avaliados para futura correção.
No caso de falhas, problemas operacionais ou substituição de consumíveis como hastes e brocas, explica Steffen, o técnico de campo e o operador da sala de controle farão o planejamento de sua reposição, o acionamento da equipe de manutenção e o acompanhamento das atividades necessárias para garantir o retorno à operação, que poderá ser feito, caso necessário, da maneira convencional, com ou operador assumindo o comando da máquina.
Atualmente, a manutenção da frota Pit Viper 271 é realizada por meio de contrato de serviço com a Epiroc, sob planejamento e supervisão da Kinross. O suporte da fabricante também está previsto durante a implantação da operação remota, dada sua expertise em projetos dessa natureza, justifica Affonso.
