DE MULHER PARA MULHER EM CARAJÁS

DE MULHER PARA MULHER EM CARAJÁS

Em 2021, Kamila Ferreira da Fonseca, 38 anos, aprendeu a controlar a operação de caminhões autônomos na mina de Carajás, no Pará, em tempo real, criando rotas, desvios e áreas de basculamento e carregamento.

Agora, após ter se capacitado pela fabricante dos equipamentos em sua sede, em Belo Horizonte (BH), por colegas de trabalho que vieram dos EUA e Chile, a funcionária da multinacional japonesa retornou à Parauapebas como instrutora e já formou outras mulheres como controladoras de central, desta vez funcionárias Vale, que começaram a trabalhar na função no final do último mês.

Kamila, que é técnica em Mineração pela Soter e está cursando Processos Gerenciais na Uninter, trabalha na mineração desde 2006, tendo atuado inicialmente como operadora de caminhões e despachante. Em 2019, começou a atuar no projeto de autônomos como controladora de central e, em 2021, assumiu a função de multiplicadora de controladores de central.

Ela se soma a um time de outros cinco cobaloradores Komatsu que operam nessa função em Carajás – também há outros nove Vale –, e quatro desse total são mulheres. Sua primeira capacitação foi dada à outra mulher, Hérica Cristina Lima de Souza, 26 anos, funcionária da Vale, que acaba de passar pelo treinamento e receber a certificação para auxiliar a operação dos caminhões autônomos também como central controller.

Questionada sobre o desafio da operação em relação aos homens, Kamila garante que não existe. “Me sinto muito respeitada e orgulhosa de ser a única certificada a dar o treinamento de central controller aqui no Brasil”.

Caminhões autônomos

Em linha com as tendências globais de automatização e com o intuito da Vale e do setor de mineração em tornar as operações ainda mais sustentáveis, produtivas e seguras, a Komatsu trouxe ao Brasil, em 2021, a sua primeira linha de caminhões autônomos. Atualmente, são 14 máquinas em operação no maior complexo de extração de minério de ferro do mundo, localizado em Carajás, no Pará.

Os equipamentos autônomos trazem ainda mais competitividade, excelência operacional, segurança e sustentabilidade. Entre os ganhos ambientais, estão, por exemplo, a redução do consumo de combustíveis, com consequente redução da emissão de CO2.

Controlados por sistemas informatizados, GPS, radares e inteligência artificial, os caminhões autônomos da companhia percorrem o trajeto entre a frente de lavra da mineração e a área de descarga. O equipamento desenvolve ações dentro de suas camadas de segurança, podendo até interromper suas operações, se necessário, até que o caminho seja verificado e/ou desobstruído.

Os sensores do sistema de segurança são capazes de detectar objetos maiores, como obstáculos nas vias de acesso, veículos de pequeno porte, outros equipamentos tripulados, bem como obstáculos gerais nas proximidades da pista. Com isso, situações de risco, como tombamento, atropelamento e colisão, são eliminadas do processo.

Capacitação de mão de obra

Com o objetivo de qualificar os profissionais que atuam em Carajás, a Komatsu montou uma estrutura específica para esta nova tecnologia e vem oferecendo treinamentos aos colaboradores para a operação adequada dos novos equipamentos autônomos. Até o momento, mais de 160 profissionais já foram capacitados no Centro de Treinamento Komatsu Autônomos (CTKA) em Parauapebas (PA).

O local conta com simuladores Immersive e uma equipe de mais de 50 especialistas focados na implantação do projeto, suporte às operações e em qualificar a mão de obra local para atuar nesses novos postos de trabalho. Após o teórico no CTKA, o treinamento prático acontece em operação assistida na sala de central controller na mina de ferro de Carajás.

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