Centaurus Metals e  Vale fecharam um contrato de compra e venda de ativos minerários. Pelo acordo, a Centaurus fica com o projeto Jaguar, de sulfeto de níquel. Em contrapartida, a Vale passa a deter os direitos de exploração do projeto Salobo West. De cobre e ouro, da junior australiana.

A Centaurus pagará  à Vale US$ 250 mil à vista. E US$ 1,75 milhão no início do Estudo de Viabilidade Financeira. Ou três anos após a assinatura do contrato, o que ocorrer primeiro.  Um novo desembolso de US$ 5 milhões será feito quando Jaguar entrar em produção comercial. Além desses valores, a  Vale receberá, ainda, 0,75% de royalties sobre a receita operacional líquida. De todo o concentrado de níquel produzido na nova mina.

E a Centaurus assumirá as obrigações da mineradora brasileira junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social). Relativas a royalties de 1,8% da receita operacional líquida do projeto.  Outro contrato a ser assinado prevê a aquisição, pela Vale, da produção integral de Jaguar. A preços de mercado.

Potencialidade do Projeto Jaguar

O projeto Jaguar é de mineração a céu aberto. Conta com recursos de 40,4 Mt a 0,78% Ni (a um corte de 0,5% de Ni) para um total de 315 kt de níquel contido. Essa estimativa resulta de mais de 55 mil m de perfuração diamantada. E do extenso banco de dados geológico e geofísico realizados no depósito mineral. A perfuração identificou várias zonas de sulfeto de níquel. Em áreas de maciços rasos a semi-maciços, com interseções de alto grau.

Já testes metalúrgicos preliminares das amostras coletadas indicam a flotação convencional. Como rota de processo para a recuperação do minério, produzindo um concentrado de níquel de + 23%, com recuperação de 64%.  Além do sulfeto de níquel, há  mineralizações de cobre, ouro e metais do Grupo Platina (PGE) de alto grau.

Jaguar está localizado a 35 km ao norte do centro da cidade de Tucumã, no Pará, e está próximo à mina Onça-Puma, de níquel da Vale. E de outros projetos da Centaurus na região, como Itapitanga, de níquel e cobalto, e Pebas, de cobre e ouro (Figura 1).

Por sua vez, a Vale também fez um excelente negócio ao ficar com o projeto Salobo West, a 12 km de sua mina Salobo, de cobre, que se encontra em expansão. A Centaurus investiu em um programa sistemático de exploração mineral nesse depósito, nos últimos dois anos, com resultados promissores na estimativa de recursos.

A liquidação da aquisição do projeto Jaguar ainda depende da aprovação do BNDES, prevista para o final de outubro próximo.