ANGLOGOLD ADOTA PROJETO INÉDITO EM PAREDES DE VENTILAÇÃO

ANGLOGOLD ADOTA PROJETO INÉDITO EM PAREDES DE VENTILAÇÃO

 A Mina Cuiabá, da AngloGold Ashanti, em Sabará, região metropolitana de Belo Horizonte (MG), concluiu em 15 de abril passado a instalação de uma parede de ventilação construída com silicato de cálcio. Embora empregado em países da Europa e na Austrália, o uso desse material em paredes de ventilação de uma mina subterrânea é inédito no Brasil.

Com ganhos ambientais e de segurança, custos, tempo e produtividade e com resistência e durabilidade similares, em comparação às paredes de alvenaria construídas com tijolos e cimento anteriormente empregadas, a aplicação do silicato de cálcio em paredes de ventilação deve ser estendida em breve às demais minas da AngloGold Ashanti em Minas Gerais – Lamego (Sabará) e Córrego do Sítio I e II (Santa Bárbara) – e Goiás – Serra Grande (Crixás), segundo Luís Otávio de Lima, gerente sênior de Infraestrutura e Manutenção de Equipamentos da Mina Cuiabá.

Luís Otávio de Lima, gerente sênior de Infraestrutura e Manutenção de Equipamentos da Mina Cuiabá

Processos de validação 

Após uma etapa de planejamento que durou cerca de um ano e meio, os processos de validação para emprego do silicato de cálcio nas paredes de ventilação da Mina Cuiabá começaram no primeiro trimestre de 2020, lembra Geraldo Duarte, técnico de ventilação e idealizador do projeto. Em novembro de 2020, a iniciativa foi validada no Kaizen – programa de melhoria contínua promovido pela mineradora, obtendo a segunda colocação na premiação do ciclo Kaizen 2020, englobando três pilares – impacto de segurança, custo e produção.

Conseguida essa aprovação, foi realizada uma pesquisa de mercado para a contratação de uma empresa fornecedora de tecnologias de construção. Os testes com a primeira parede foram desenvolvidos durante o primeiro trimestre de 2021.

Geraldo Duarte
Geraldo Duarte, técnico de ventilação e idealizador do projeto

A parede não é pré-moldada, de forma que toda a sua montagem é feita in loco, dentro da mina. A construção começa com a instalação de uma tela de aço e metalon, sobre a qual são colocadas uma tela bematel e uma manta bidim. Com essa estrutura pronta é aplicado o silicato de cálcio com um projetor específico usado para silicato ou poliuretano. O produto se expande e se fixa na parede, vedando-a integralmente.

Devido à excelência da etapa de planejamento, diz Lima, não foram necessários ajustes durante a execução da parede, em relação ao projeto original. No entanto, sua homologação técnica junto à área de segurança do trabalho foi meticulosamente analisada pelos times do Brasil e da África do Sul da AngloGold Ashanti.

Essa precaução foi adotada para avaliar os riscos relacionados aos índices de propagação de fogo em casos hipotéticos de incêndio, mas o material encontra-se dentro dos padrões de segurança estabelecidos por se encontrar em uma área de exaustão, sem impacto para os colaboradores. “Embora fisicamente similar, em termos de estrutura química o silicato de cálcio possui uma grande diferença em relação ao poliuretano, que é o ponto de fulgor bem superior. Dessa forma, a emissão de gases em caso de combustão é baixa, o que mitiga os riscos à saúde do trabalhador”, explica o gerente.

Após a conclusão da primeira parede de silicato de cálcio, que ocupa uma área de 30 m2, já estão sendo planejadas outras instalações do tipo – inicialmente mais dez – na Mina Cuiabá.

Redução de custos, riscos e tempo de trabalho

Já nos primeiros meses após sua aplicação, a aderência e comportamento do silicato de cálcio foram considerados ótimos pela equipe técnica da mineradora. O foco agora, conta Duarte, é desenvolver melhorias no processo, como a eliminação da necessidade de uma plataforma elevatória para aplicação do produto em áreas de maior altura, o que reduziria mais os custos, modificar o layout do material e otimizar a aplicabilidade, para que ela se torne ainda mais ágil e instantânea.

 

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Aplicação do silicato de cálcio com projetor específico

Até agora, o projeto já comprovou sua eficácia em redução de custos, riscos e tempo de trabalho. Em relação à parede de alvenaria, em geral, o silicato de cálcio resulta em uma redução de 68% do custo total da parede, de 72% do tempo de construção e de 75% do tempo de exposição do trabalhador (Hora/Homem) à frente de serviço. “Para se ter uma ideia, uma parede de alvenaria de 30 m2, como a que foi construída, custa até R$ 70 mil e consome 72 horas de trabalho. Já a parede de silicato custa cerca de R$ 21 mil e demanda 4 horas de trabalho, aproximadamente”, exemplifica Lima.

Há também uma redução da força de trabalho empregada: de 16, na parede de alvenaria, para 4, na de silicato, além de ganhos ambientais ao eliminar o consumo dos materiais usados na alvenaria. Por outro lado, as características de resistência e durabilidade, assim como a função de bloquear a passagem do vento na mina, em nada diferem dos resultados obtidos com uma parede de alvenaria.

 Fotos: AngloGold Ashanti/Divulgação

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