VALE INICIA 2019 COM DOIS NOVOS ATIVOS DE MINÉRIO DE FERRO

VALE INICIA 2019 COM DOIS NOVOS ATIVOS DE MINÉRIO DE FERRO


Foto 3: Britagem terciária da mina Viga, da Ferrous – Foto: Alfa Engenharia

Após reiteradas afirmações de seus executivos sobre a suspensão de investimentos em projetos de expansão ou na aquisição de minas, a Vale despejou mais de US$ 1 milhão no mercado para incorporar a seu portfólio de ativos duas operações vinculadas à produção de minério de ferro. A primeira delas foi a compra de 77% da mineradora norte americana Ferrous Resources, por cerca de US$ 550 milhões, incluindo dívidas. A segunda, foi a aquisição da New Steel Soluções Sustentáveis, do grupo Lorentzen, por US$ 500 milhões. As duas negociações, que ainda dependem de aprovação do CADE, são estratégicas para fazer avançar o Projeto Pellet Feed  20 Mtpa do Sistema Sudeste da Vale, de ampliação da qualidade e capacidade de produção de pellet feed de alto teor e baixa alumina.

ESTRATÉGIA 1

A compra da Ferrous Resources encaixa-se em uma das estratégias para viabilizar o Projeto Pellet Feed 20 Mtpa, que é a de aquisições bolt-on, para aumento de qualidade do produto e redução de custos na cadeia de valor. A Ferrous foi criada em 2008 por fundos de investimentos dos Estados Unidos, Inglaterra e Austrália, com um caixa inicial de US$ 1,4 bilhão, grande parte dele (US$ 1,2 bilhão) gasta na aquisição de ativos de minério e desenvolvimento do projeto. A empresa sempre teve metas ambiciosas. Em 2012, após ser parcialmente adquirida pelo  fundo de investimentos norte-americano Icahn Enterprises, que assumiu seu controle acionário em 2015 e agora o vendeu à Vale, anunciou reservas de 5 Bt de minério de ferro e um plano de expansão para 40 mtpa, para o qual procurava um parceiro para dividir o investimento de US$ 6 bilhões. Na época, sua produção era de cerca de 5,1 mtpa. Em outro arroubo, já em 2016, divulgou dois novos projetos estimados em R$ 8,8 bilhões: a implantação de uma siderúrgica em Juiz de Fora (MG), com capacidade para produzir 3,5 Mt de placas de aço por ano, e de um mineroduto entre São Joaquim das Bicas (MG) e Presidente Kennedy (ES). Atualmente, as operações da Ferrous em Minas Gerais incluem as minas Esperança e Serrinha, em Brumadinho, Viga, em Congonhas, Viga Norte, em Itabirito e Santanense, em Itatiaiuçu.

ESTRATÉGIA 2

Também consoante com o Projeto Pellet Feed 20 Mtpa, a aquisição da New Steel se encaixa no aumento do volume de produção de pellet feed, baseado na otimização de processos das minas do Sistema Sudeste e recuperação/concentração de rejeitos, com um investimento da ordem de US$ 820 milhões em 5 anos. Com o que a sinergia da tecnologia de separação magnética de finos a seco (FDMS, na sigla em inglês), desenvolvida e patenteada em 52 países pela New Steel,é inegável. Esse método de beneficiamento promete elevar em até 66% teores de ferro inicialmente abaixo de 50%, separando magneticamente – com uso de gás natural ou biomassa – o ferro da sílica, sem a geração de rejeitos. Em setembro de 2017, a New Steel obteve a Licença de Instalação (LI)  para uma usina de beneficiamento a seco em Ouro Preto (MG), dentro da Mina Fábrica, da Vale – onde já possuía uma planta piloto funcionando desde 2015.  A unidade processará o minério de ferro marginal e os rejeitos da mina, através de secadores industriais com injeção de ar quente, movidos a gás natural. A operação está prevista para 2019, com produção inicial de 1,3 Mtpa e recuperação da ordem de 52%. Agora, tudo está em casa. A Vale, inclusive, acaba de receber a LI para a expansão das minas de Jangada e Córrego do Feijão, em Brumadinho e Sarzedo, de 10,6 para 17 Mtpa. O projeto inclui a recuperação de finos das Barragens I e VI de Córrego do Feijão e a implantação de um rejeitoduto pra transporte do material às usinas de beneficiamento.

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