O PAPEL DA RESPONSABILIDADE SOCIAL NA MINERAÇÃO

Por Rafael Botelho*

Em 2021, a Samarco formalizou seu compromisso com o desenvolvimento sustentável com a declaração de Compromisso com a Sustentabilidade. O Programa de Sustentabilidade da Samarco foi estruturado em 2023, com um horizonte de dez anos (2023-2032) e está conectado ao Mapa Estratégico da companhia. Ele define metas e indicadores para monitorar o progresso das iniciativas nas esferas ambiental, social e de governança (ESG).

Rafael Botelho
Rafael Botelho

Cada tema priorizado conta com ambição, metas e indicadores-chave de desempenho para monitoramento em curto e longo prazos, além de projetos e investimentos atrelados. Tem como referências fundamentais os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS); os princípios do Pacto Global das Nações Unidas (UNGC, na sigla em inglês); os princípios de sustentabilidade do Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM, na sigla em inglês); e a Carta de Compromisso à Sociedade – Agenda ESG da Mineração (Ibram).

Em 2024, enfrentamos o desafio de consolidar uma nova fase de crescimento, com inovação e sustentabilidade pautando o plano de negócio da companhia. Para isso, foi criada a Diretoria de Sustentabilidade que, desde outubro passado, conta como uma área de Responsabilidade Social reformulada, trazendo mais robustez e materialidade às ações desenvolvidas junto às comunidades da sua Área de Influência Direta (AID), em Minas Gerais e no Espírito Santo.

Centrada em aumentar a ambiência positiva e o engajamento dos stakeholders nos territórios de atuação da empresa, a área busca aprofundar o seu conhecimento acerca das comunidades nos dois estados. Por meio de ações de diálogo social e de escuta ativa dos públicos estratégicos, a empresa desenvolve ações, programas e políticas de investimento social ou voluntário para toda sociedade: de ribeirinhos à população sede dos centros urbanos que consomem e/ou sentem os reflexos da indústria da mineração no seu dia a dia. A execução dessa dupla materialidade veio auxiliar numa priorização mais efetiva dos temas materiais e riscos sociais, associados diretamente ao negócio.

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Para além das obrigações legais estabelecidas pelos órgãos reguladores e licenciadores, como o Programa de Monitoramento dos Indicadores Socioeconômicos – PMISE que tem como objetivo compreender as condições sociais e econômicas dos territórios onde a Samarco opera, a empresa possui o Força Local, que busca incentivar o desenvolvimento e a diversificação econômica nos territórios de atuação, além da Política de Investimento Institucional e Social (PIIS). A PIIS é estruturada em eixos que orientam as ações da empresa no estímulo ao desenvolvimento sustentável dos territórios, o fortalecimento dos capitais social, institucional e cultural e o exercício da cidadania, com foco em participação e diálogo social.  Mensalmente é feito um mapeamento, “uma fotografia” do território, para conhecimento dos anseios, necessidades e problemas das comunidades. A partir dos dados são definidas as estratégias que irão tangibilizar ações visando relacionamentos mais assertivos e duradouros com todos os envolvidos.

Uma das principais entregas deste ano é concluir rapidamente a estrutura da área de Responsabilidade Social, que vai fortalecer cada vez mais o papel da Samarco no território, dando luz à estratégia de garantir uma boa ambiência social e, por consequência, fortalecer a Licença Social para Operação. Através dessa etapa estrutural, a empresa vai conseguir potencializar diversos produtos atuais como o Guia de Relacionamento com as Comunidades, destinado aos públicos internos e fornecedores da empresa.

A implantação de uma área social requer uma nova maneira de olhar para as comunidades, que hoje têm um papel preponderante nos negócios. Na era do WhatsApp, redes sociais e da informação fluida e ágil, não existe mais distinção entre a comunicação dentro e fora dos muros das empresas. Essa nova era reflete também no comportamento das comunidades e, naturalmente, exige mudanças no modelo de relacionamento e engajamento das empresas e seus colaboradores. Comunidades e empresas, devem seguir juntas.

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Um bom exemplo disso se dá na maneira com a qual a Samarco se relaciona com as lideranças comunitárias, sejam elas formais ou informais. Sem distinção, a empresa dialoga com todos e busca municiá-los com o mesmo nível de informação. Um dos indicadores usados para avaliar o relacionamento da Samarco com as comunidades é o Índice de Ambiência Social (IAS), aliado a outras formas de gestão, como relatórios de acompanhamento das iniciativas socioambientais, de contrapartidas sociais, de investimentos sociais e políticas de compliance, além do tratamento das demandas dos canais de relacionamento da empresa. Os resultados dessa revisão e dos avanços serão apresentados no Relatório de Sustentabilidade 2024, bem como os desafios e oportunidades voltados à jornada de fazer uma mineração diferente e mais sustentável. A agenda ESG da companhia está disponível em: https://www.samarco.com/sustentabilidade/

Compromisso com a Reparação

Não tem como seguirmos em frente, sem considerarmos o passado, em especial o rompimento da barragem do Fundão. Diante de vários aprendizados e guiados (as) por estes valores, nasceu o propósito de fazer uma mineração diferente, mais segura e sustentável. A reparação é um habilitador estratégico para a retomada gradual das operações da Samarco.

O Acordo de Reparação da Bacia do Rio Doce no valor global de R$170 bilhões, homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em novembro de 2024, estabelece diretrizes seguras para a conclusão definitiva da reparação, com medidas que já estão sendo implementadas, como a conclusão do reassentamento, o pagamento das indenizações e os investimentos em recuperação ambiental.  No âmbito da Responsabilidade Social, desde janeiro desse ano, já foram realizadas rodas de conversas e diálogos individualizados com as lideranças comunitárias em apoio ao processo indenizatório com a participação de mais de 15 mil pessoas ao longo de toda a Bacia do Rio Doce, nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, incluindo comunidades tradicionais, indígenas e ribeirinhas.

*Gerente geral de Responsabilidade Social da Samarco
Fotos: Arquivo Samarco

 

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